quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Carlos Gomes - Sangue Selvagem

Demorei quase 2 meses (que vergonha!) para assistir a peça "Carlos Gomes - Sangue Selvagem", dirigida por José Renato, que esteve em cartaz no Teatro dos Arcos em São Paulo. Demorei, mas fui. Na última quinta-feira, eu e meus amigos (Mari não atropelada, Mari atropelada, Lígia, Fernanda e seu irmão, Gabriel e Douglas) fomos nos encontrando pelo caminho. Ao chegar percebemos uma grande movimentação no teatro, mas tínhamos em nós uma alegria - a do encontro!
Antes do espetáculo começar perguntamos: qual a duração da peça? A resposta veio rápido: 2 horas. UAUH!!!!!! Terceiro sinal. A luz se apagou e imagens do maestro Carlos Gomes começaram a ser exibidas nas laterais do teatro. O que eu percebi? Um ator se ajeitando em uma das cadeiras do cenário: um dos maiores - e melhores- músicos brasileiros subia no palco. Logo na primeira cena nos deparamos com os 60 anos de Carlos Gomes. Um jornalista bate à sua porta para uma entrevista. O maestro relata sua carreira e nós, 113 anos após sua morte, ficamos sabendo um pouco mais da vida e obra desse gênio da ópera brasileira. Se alguém que foi assistir ao espetáculo não tinha conhecimento de quem foi Carlos Gomes, com certeza saiu de lá com muitas informações a respeito do músico. O cenário era simples e se encaixou perfeitamente na montagem. Os figurinos não podiam ser diferentes: próprios do século XIX. O período histórico do Brasil não poderia deixar de ser contado. Era a passagem da monarquia para a república - será que a arte no Brasil e a maneira como ela é tratada mudou daquele tempo para cá? Eu tenho minhas dúvidas hehe O espetáculo continua. Carlos Gomes sai de Campinas, vem para São Paulo, depois para o Rio de Janeiro, aí embarca para a Milão, depois volta para....(ele percorreu muitos lugares, não dá pra relatar todos). Foi muito aplaudido no mundo inteiro, como também recebeu inúmeras críticas sobre suas óperas. "Todo artista frustrado vira crítico de arte" kk (fala da peça). Ah, me lembrei de uma outra fala: "o público não está acostumado a pensar". Isso me incomoda muito. Quero fazer arte para cutucar o outro e se Carlos Gomes já dizia isso, vejo que não mudou muita coisa nesses longos anos. A estética do espetáculo estava bem interessante. Em alguns momentos, os atores atuavam de costas para o público. E o que é interessante, que mesmo sem ver a expressão facial, pude perceber e sentir a interpretação. Achei isso fantástico! E as cantorias? Que lindas! Que vozes! Que timbres! César Negro (ator que interpretou Carlos Gomes), adorei te ver cantando! Ao final, aplaudi de pé - depois desse meu curso de direção teatral, não aplaudo qualquer coisa e muito menos de pé o que não gosto. As palmas da minha mão não cansaram de se bater. Viva! Viva! Eu vi acontecer ARTE! Eu e meus amigos voltamos correndo, pois o metrô iria fechar. Saimos de lá felizes e mais "leves", como disse a Mari não atropelada. E chegamos a mais uma conclusão: teatro faz bem para a alma! Ah! no sábado voltei para re-assistir a peça com mais três amigas: Raquel, Diana e Patrícia. E o mais bacana de ver duas vezes é que descobrimos coisas, detalhes e movimentos que passaram desabercebidos da 1a vez. Gostei muito de ver de novo. Se ainda estivesse em cartaz....

3 comentários:

  1. oi.
    nunca pude assistir esse espetáculo mas gostei muito do jeito que voce a descreveu.
    ou o espetaculo valeu mesmo a pena ou seus olhos sao lindos.
    que carinho.
    abraços.

    ResponderExcluir
  2. MARAVILHOSO!!!
    Deixei um selinho pra você lá no meu cantinho.Passa lá!

    Beijos...

    ResponderExcluir
  3. Excelente texto. Não pude ver o espetáculo, mas fico satisfeito de tê-lo assistido pelo teu texto. Beijos e continue o bom trabalho.

    ResponderExcluir