quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Ciranda do Villa

Tuhu. Esse era o apelido de Heitor Villa-Lobos na infância. O remomado músico brasileiro é tema do espetáculo infantil "A cirando do Vila", da Cia Lúdicos, que está em cartaz no Teatro de Arena Eugene Kusnet. A peça convida o público a fazer parte do sonho de Tuhu. Desde pequeno era encatado pelos sons e suas perguntas sobre o mundo tiravam a paciência dos seus pais.
Com muita cor, catingas de roda e personagens do folclore brasileiro, a peça mostra como um menino viaja por seus sonhos e conhece lugares diferentes sem sair de casa. Ganha um violão de sua tia e encontra no instrumento musical um brinquedo para sua imaginação. Mas Tuhu não apenas brincou com seu violão, como também fez música de verdade. Heitor Villa-Lobos é apresentado às crianças de um jeito que só elas entendem: o da imaginação!!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cabaret das Utopias

O que é sonho? Qual é o meu sonho? O que é utopia? Essas foram as perguntas que nortearam o espetáculo "Cabaret das Utopias" que ficou apenas um final de semana no Sesc Paulista. A peça foi o resultado de duas semanas de intenso trabalho entre artistas brasileiros e franceses.
Só pude assistir ao ensaio aberto, que ocorreu um dia antes da estreia. Juro que precisei de fôlego para acompanhar todo o espetáculo. Muito riso e muita seriedade fizeram da peça uma das melhores que já asssiti. O texto, o cenário e a interpretação dos atores se complementavam em perfeita harmonia.
Ao entrar na sala do 5° andar do Sesc, deparamos-nos com uma mesa, onde seus integrantes apontavam para as pessoas, olhavam no relógio, liam apressadamente. Todos com expressões de executivos. Era o início do espetáculo e a discusão na grande mesa era: o que é utopia?
Logo ao lado, um dos atores canta que ao ver uma criança queria ser presidente da república. E se ele fosse o presidente, nomearia o Mickey Mouse como 1° Ministro, o Chico Bento o... Pateta seria....mas somente se fosse presidente da república, porque ele não aguentava ver o rosto triste de uma criança. E em nossos dias, quem é consegue passar indiferente ao lado de uma criança suja, que já tem o futuro certo na criminalidade? "Menores abandonados, pequenos e mal amados, o progresso não os adotou" (Música pe. Zezinho).
A cena sobre a internacionalização da Amazônia foi sensacional!! "Se querem internacionaizar a Amazônia, então internacionalizemos Nova Yorque, o Louvre" - nesse momento olhei para um dos atores franceses, só não sei o porquê kk. Internacionalizemos o mundo. Mas a questão era: "enquanto o mundo me tratar como brasileira, a Amazônia será do Brasil". A dramartugia foi fantástica!!
Ah, não posso deixar de relatar a cena em que um ator convida uma das atrizes para "fazer coco". Em tom bem caipira eles discutem e cantam como será o mundo daqui a 100 anos. É impossível não rir e ver a veracidade do que dizem acerca das atitudes humanas. "Daqui a cem anos vamos plantar um botão e nascerá um paletó sob medida".
Para os olhos atentos, foi possível perceber que durante todo o espetáculo, os atores de revezavam para construir uma parede de um castelo. Eram pedrinhas brancas, bem pequenas, que foram colocadas uma a uma. Depois de tanto trabalho, quase no final da peça, todos os atores - vejam, disse todos- se uniram para construir uma vara. Esta foi levntada e estorou uma bexiga que prendia uma galocha. A galocha deslizou por um fio de arame e, simplesmente destruiu em poucos seundos, a parede que foi construida com dedicação, paciência e tempo! Posso até viajar, mas acredito que muita gente gananciosa está pronta para a destruição de coisas belas!
Foi um espetáculo com poética! Se o ensaio me provocou a catarse, imagina só como foram as apresentações...